Bispo Sinvaldo Coelho.
Quando gostamos de esportes temos a tendência de assistirmos a todas as
competições possíveis. Algumas são especiais no calendário como a Copa do Mundo
de Futebol e as Olimpíadas, pois somente acontecem de quatro em quatro anos e
mexem com todos os habitantes do planeta terra.
Apesar de ser apaixonado por futebol gosto de observar as provas olímpicas,
sendo que, particularmente a maratona me chama a atenção. É uma das provas mais
longas, desgastantes e difíceis do atletismo olímpico. Ela é disputada na distância de 42.195 metros (42,195 km) desde 1908. É tradicionalmente o último evento dos Jogos
Olímpicos.
É uma prova que exige grande esforço e resistência física, anos de treinamento,
capacidade aeróbica perfeita, alta capacidade mental para suportar as dores
físicas e emocionais que são impostas pelo longo percurso, dosagem e equilíbrio
nas passadas do atleta evitando assim, que sejam muito longas ou muito curtas e
que possuam ritmo constante, pois do contrário, a dificuldade, o esforço físico
e emocional que a prova impõe derrotará aqueles que se prepararam
inadequadamente.
Quando pensamos nas provas esportivas e na vida cristã somos levados a refletir
que, como servos de Deus, estamos disputando uma olimpíada diária de fé e
perseverança. Algumas provas são corridas de 100 (cem) metros. Rápidas, curtas,
e que mesmo derrotados não nos causará um dissabor eterno. Quando ponderamos
sobre a última prova e a mais longa - a maratona - não podemos deixar de pensar
que é necessário concluir esta jornada até o fim, mesmo que cheguemos após
muitos de nossos amigos, irmãos em Cristo, pois a comparo com a prova da vida
cristã.
A Palavra de Deus nos ensina que: “Não basta começarmos bem a Carreira Cristã”, temos que concluí-la bem. Em apocalipse 2.10b,
encontramos uma referência que muito nos auxilia neste quesito: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” A proposta e orientação é que sejamos firmes e constantes em nossa fé e
que permaneçamos fiéis até o fim.
O Apostolo Paulo nos escreve com respeito à corrida cristã que nos foi proposta
relatando a sua própria experiência: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a
coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele
dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.” – (2
Timóteo 4.7,8). - Ora! O que o
apostolo quer nos ensinar? A Maratona eterna exige combate, corrida e guardar a
fé até aquele o fim dos dias de nossa vida ou arrebatamento da Igreja.
Em nossas considerações voltemo-nos para o livro de Eclesiastes 7.8 - "Melhor é o fim das coisas
do que o seu princípio"; ou seja, o trabalho, o serviço, a integridade e tudo o mais que
fizemos, não devem e não podem ser deixados de lado no fim da carreira cristã,
pois do contrário, o pecado, a imoralidade, o desprezo pela correção e a
insubmissão, jogarão por terra tudo o que produzimos de bom em toda a nossa
vida.
Esta é a única razão pela qual o escritor de Eclesiastes declara com muita
propriedade e sabedoria:“Melhor é o
fim das coisas do que o seu princípio”, pois de fato, quando nos apresentarmos diante do trono de Deus para
sermos julgados, tudo o que fizemos de bom durante a nossa vida e carreira
cristã ou ministerial perderá todo o seu valor se ao fim de nossa vida tivermos
negado a Deus com nossas ações que porventura vieram a contrariar tudo aquilo
que pregamos, ensinamos e até mesmo que nos conduziram a obter algum tipo de
sucesso e resultado.
Declaro com tristeza e pesar que não basta ter feito algo em nome do Senhor
Jesus. Ele próprio (Jesus) nos orienta em Mateus 7.21 a 24 – “Nem todo o que me diz: Senhor,
Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que
está nos céus. Muitos,
naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós
profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome
não fizemos muitos milagres? Então,
lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que
praticais a iniquidade. Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras
e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a
rocha”.
No mesmo contexto acima encontramos palavras que
nos alertam com relação ao tipo de árvore que somos e ao tipo de fruto de
produzimos: “Pelos seus frutos os
conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?
Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos
maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir
frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.
Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.” – Mateus 7.16 a 20.
Concluímos então que não basta sermos árvore, mas
que tipo de árvore? Não basta produzirmos frutos, mas que tipo de frutos? Não
basta começarmos bem e durante toda a vida irmos bem, mas, quando chegarmos ao
fim da carreira e terminarmos o nosso combate nesta vida, terminarmos bem.
Afinal: “Melhor é o fim das
coisas do que o seu princípio”.
Servindo e amando
ao Senhor, Seu Corpo e Seus Propósitos!!!