quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio




Bispo Sinvaldo Coelho.


                Quando gostamos de esportes temos a tendência de assistirmos a todas as competições possíveis. Algumas são especiais no calendário como a Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas, pois somente acontecem de quatro em quatro anos e mexem com todos os habitantes do planeta terra.
                Apesar de ser apaixonado por futebol gosto de observar as provas olímpicas, sendo que, particularmente a maratona me chama a atenção. É uma das provas mais longas, desgastantes e difíceis do atletismo olímpico. Ela é disputada na distância de 42.195 metros (42,195 km) desde 1908. É tradicionalmente o último evento dos Jogos Olímpicos.
                É uma prova que exige grande esforço e resistência física, anos de treinamento, capacidade aeróbica perfeita, alta capacidade mental para suportar as dores físicas e emocionais que são impostas pelo longo percurso, dosagem e equilíbrio nas passadas do atleta evitando assim, que sejam muito longas ou muito curtas e que possuam ritmo constante, pois do contrário, a dificuldade, o esforço físico e emocional que a prova impõe derrotará aqueles que se prepararam inadequadamente. 
                Quando pensamos nas provas esportivas e na vida cristã somos levados a refletir que, como servos de Deus, estamos disputando uma olimpíada diária de fé e perseverança. Algumas provas são corridas de 100 (cem) metros. Rápidas, curtas, e que mesmo derrotados não nos causará um dissabor eterno. Quando ponderamos sobre a última prova e a mais longa - a maratona - não podemos deixar de pensar que é necessário concluir esta jornada até o fim, mesmo que cheguemos após muitos de nossos amigos, irmãos em Cristo, pois a comparo com a prova da vida cristã.
                A Palavra de Deus nos ensina que: “Não basta começarmos bem a Carreira Cristã”, temos que concluí-la bem. Em apocalipse 2.10b, encontramos uma referência que muito nos auxilia neste quesito: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” A proposta e orientação é que sejamos firmes e constantes em nossa fé e que permaneçamos fiéis até o fim.
                O Apostolo Paulo nos escreve com respeito à corrida cristã que nos foi proposta relatando a sua própria experiência: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.” – (2 Timóteo 4.7,8). - Ora! O que o apostolo quer nos ensinar? A Maratona eterna exige combate, corrida e guardar a fé até aquele o fim dos dias de nossa vida ou arrebatamento da Igreja.
                Em nossas considerações voltemo-nos para o livro de Eclesiastes 7.8 - "Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio"; ou seja, o trabalho, o serviço, a integridade e tudo o mais que fizemos, não devem e não podem ser deixados de lado no fim da carreira cristã, pois do contrário, o pecado, a imoralidade, o desprezo pela correção e a insubmissão, jogarão por terra tudo o que produzimos de bom em toda a nossa vida.
                Esta é a única razão pela qual o escritor de Eclesiastes declara com muita propriedade e sabedoria:“Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio”, pois de fato, quando nos apresentarmos diante do trono de Deus para sermos julgados, tudo o que fizemos de bom durante a nossa vida e carreira cristã ou ministerial perderá todo o seu valor se ao fim de nossa vida tivermos negado a Deus com nossas ações que porventura vieram a contrariar tudo aquilo que pregamos, ensinamos e até mesmo que nos conduziram a obter algum tipo de sucesso e resultado.
                  Declaro com tristeza e pesar que não basta ter feito algo em nome do Senhor Jesus. Ele próprio (Jesus) nos orienta em Mateus 7.21 a 24 – “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade. Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha”.
                  No mesmo contexto acima encontramos palavras que nos alertam com relação ao tipo de árvore que somos e ao tipo de fruto de produzimos: “Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.” – Mateus 7.16 a 20.
                  Concluímos então que não basta sermos árvore, mas que tipo de árvore? Não basta produzirmos frutos, mas que tipo de frutos? Não basta começarmos bem e durante toda a vida irmos bem, mas, quando chegarmos ao fim da carreira e terminarmos o nosso combate nesta vida, terminarmos bem. Afinal: “Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio”.
  

Servindo e amando ao Senhor, Seu Corpo e Seus Propósitos!!!

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